Hoje falaremos sobre um tema importante, que impacta na qualidade de vida de milhares de mulheres em todo o mundo: cistos no ovário.
Embora se trate de um problema muito conhecido, muitos mitos e desinformação cercam o assunto. Todos os cistos são malignos? Quais são os sintomas? Como detectar um cisto? Essas são apenas algumas dúvidas.
Como sabemos bem, a informação e o cuidado são as melhores ferramentas para uma boa saúde. Pensando nisso, listamos as 10 perguntas mais comuns quando o assunto é cistos no ovário.
1- O que são cistos no ovário?
Antes de qualquer coisa é importante saber: cistos são, em sua maioria, normais, benignos e fazem parte do ciclo biológico da mulher. Ou seja, nem todo cisto é sinônimo de complicação de saúde.
Os cistos no ovário, ou cistos ovarianos, são formações de pequenas bolsas cheias de líquido ou sangue que se desenvolvem dentro ou nas proximidades do ovário.
Esse é um processo natural que na maioria das vezes surge e desaparece durante o ciclo de ovulação. Todavia, em alguns casos específicos, os cistos podem se desenvolver além do esperado ou surgir em regiões delicadas, causando dores, atrasos no ciclo menstrual, cólicas ou até mesmo complicações de fertilidade.
2- Quais os principais sintomas de cistos no ovário?
Embora uma pequena porcentagem das mulheres apresente alguma complicação em relação aos cistos ovarianos, a verdade é que eles quase sempre são pequenos, indolores e desaparecem sem causar nenhum sintoma. Ou seja, muitas mulheres sequer ficam sabendo que tiveram cistos no ovário ao longo da vida.
Em algumas situações os cistos podem provocar dores na pelve, geralmente de um lado apenas, inchaço e desconforto abdominal, enjoo, náuseas e ainda dores durante o ato sexual.
Algumas mulheres podem desenvolver incontinência urinária ou vontade constante de urinar ou ainda ter dificuldades para engravidar.
É bom sempre lembrar que qualquer sintoma deve ser investigado e acompanhado por um médico especialista.
3 – Quais são os tipos mais comuns de cistos ovarianos?
Quase sempre falamos de cistos, no plural, pois há uma certa variedade de tipos e diagnósticos. A classificação do tipo de cisto e a análise de seu tratamento são possíveis através dos exames de imagem, especialmente a ultrassonografia. Confira a seguir os tipos mais comuns:
Cisto folicular
É o tipo mais comum de cisto benigno. São mais presentes em mulheres jovens, com idades entre 15 e 40 anos. Forma-se quando não há ovulação ou quando o óvulo não sai do ovário durante o período fértil. Seu tamanho pode variar de 3 até 8 cm e normalmente diminui de tamanho e desaparece entre 4 a 8 semanas. Trata-se normalmente de um cisto sem sintomas e que não demanda tratamento.
É bom lembrar que mulheres após a menopausa não ovulam, por isso, não podem ter a forma mais comum de cisto ovariano, que são os cistos foliculares.
Da mesma forma, mulheres jovens que tomam anticoncepcional hormonal também não ovulam e de um modo geral não apresentam cistos foliculares. O que não quer dizer que não devam fazer acompanhamento médico regular.
Cisto de corpo lúteo
O corpo lúteo nada mais é que o tecido dentro do ovário desenvolvido após a liberação do óvulo. Normalmente esse tecido desaparece até que um novo ciclo de ovulação se inicie. Mas em alguns casos ele pode acumular líquido ou sangue em seu interior, criando assim um cisto.
Trata-se também de um cisto benigno, com média de 3cm de diâmetro e que some em poucas semanas sem causar maiores complicações.
Vale saber que alguns medicamentos utilizados durante o tratamento da infertilidade, potencializam a aparição de cistos de corpo lúteo. Por isso mulheres em tratamento para engravidar devem redobrar a atenção e fazer um acompanhamento cuidadoso com seu médico.
Cisto hemorrágico
Aqui temos um tipo de cisto decorrente de uma complicação que acontece quando há sangramento na parede do cisto para o seu interior. Embora seja comum que cistos hemorrágicos desapareçam naturalmente ao logo dos ciclos menstruais, em uma parcela das mulheres o cisto pode crescer demais e provocar dores intensas no abdome inferior. Nestes casos, após o diagnóstico com exames de imagem o médico poderá solicitar intervenção cirúrgica.
4 – Alguns tipos de cistos são mais complicados que outros?
Sim. Nem todos os cistos ovarianos são simples e desaparecem ao longo dos dias. Em alguns casos raros os cistos podem atingir grandes dimensões e causar inúmeras complicações de saúde. Vamos saber mais sobre isso:
Endometrioma
Este é um tipo de cisto que pode surgir nos ovários de mulheres que possuem endometriose. São caracterizados por um líquido vermelho escuro. Quando essa mudança ocorre no ovário, a mulher poderá ter problemas de fertilidade e dificuldade para engravidar. O principal sintoma são as dores, que podem ocorrer tanto no período menstrual quanto durante o ato sexual.
Cisto dermóide
Esse tipo de cisto também é conhecido como teratoma cístico maduro e se apresenta como um tumor benigno. Ele é mais comum em mulheres mais jovens, entre 20 e 40 anos. Embora seja um tipo de anomalia benigna é preciso um diagnóstico cuidadoso, uma vez que em alguns casos o cisto dermóide pode evoluir para o câncer.
Vale lembrar que esse é um tipo peculiar de cisto, pois pode conter pedaços de osso, cabelo, pele, gordura e até dentes. Em algumas mulheres ele pode atingir o tamanho de 10cm de diâmetro. Este tipo de cisto exige tratamento cirúrgico.
Cisto adenoma
O cisto adenoma é outro tipo de cisto caracterizado como tumor benigno que pode ocorrer em um dos ovários ou em ambos. Sua principal característica é o tamanho, podendo chegar a até 20cm de diâmetro. O cisto adenoma não costuma desaparecer sozinho com o tempo, devendo ser submetido a tratamento com cirurgia.
5 – Existem complicações nos cistos ovarianos benignos?
Sim. Muitas mulheres pensam que os cistos são um tipo único de anomalia, mas a verdade é que cada tipo de cisto se desenvolve de um modo e pode demandar diferentes abordagens e tratamentos. Vamos saber mais:
Ruptura do cisto
Aqui temos um quadro onde o cisto se rompe. O principal sintoma é dor intensa e súbita na região da pelve, geralmente unilateral. Na maioria dos casos não há complicação grave.
Torção do cisto
Conhecida também como torção anexial, é um quadro clínico onde o cisto atinge um tamanho maior que o esperado e acaba por girar, ou dar um nó, em torno de sua base.
Essa é uma condição rara e que pode resultar em obstrução do ovário ou mesmo da trompa uterina. Os principais sintomas são dores súbitas na pelve, enjoo e vômito.
6 – Qual a diferença entre ovário policístico e cistos no ovário?
Essa é uma dúvida muito comum entre as mulheres. Para evitar confusões, basta lembrar que a condição de ovários policísticos é definida pelo prefixo “poli”, ou seja, “múltiplos”. Assim, quando falamos num diagnóstico de ovários policísticos estamos falando de vários pequenos cistos, com tamanhos entre 5 e 10 milímetros presentes nos 2 ovários.
Já o cisto no ovário é geralmente um único cisto, com tamanho entre 3 e 8 centímetros, normalmente presente somente em 1 ovário.
O ciclo menstrual nas mulheres com ovários policísticos é menor, ocorrendo a cada dois ou três meses. Em alguns casos a mulher pode sofrer da chamada Síndrome dos Ovários Policísticos, um quadro mais complexo com o surgimento de sintomas como problemas para engravidar, ganho de peso, aparecimento de pelos no rosto, acne e desconforto.
7 – É possível engravidar tendo cistos no ovário?
Com certeza sim. Na maioria dos casos a presença de cistos ovarianos não é a principal causa da infertilidade, mas dependendo do caso a mulher pode ter dificuldade em engravidar devido às alterações hormonais que levaram ao surgimento do cisto.
Em outros casos, a presença dos cistos pode se tornar um obstáculo tanto para a fecundação quanto para a gestação em si.
Como vimos até aqui, quase sempre a presença de cistos é benigna e de simples tratamento com o acompanhamento adequado do médico ginecologista. Uma vez solucionado o problema a mulher retorna ao seu ciclo sem nenhuma complicação e pronta para ser mamãe, se assim desejar.
8 – O cisto de ovário pode se tornar câncer?
Depende. A presença de cistos no ovário não é sinônimo de câncer, mas pode servir como um alerta de que há algo errado com sua saúde. Sabemos bem que os cistos em sua maioria são benignos e fazem parte do processo natural de ovulação.
É bom saber que nas mulheres em idade fértil menos de 1% dos cistos de ovário representam um tumor maligno, ou seja, é algo bem raro. Nas mulheres pós-menopausa, a maioria dos cistos também é benigno, porém, a ocorrência de tumores com aspecto cístico é maior, o que demanda mais de atenção por parte do médico.
Em resumo: a presença de cistos deve ser vista com atenção. Fatores como idade, hábitos como boa alimentação e prática de exercícios físicos ou ainda fatores genéticos devem ser levados em conta. O ideal é que, uma vez detectada a presença de cistos, sejam feitos os exames de imagem necessários para diferenciar se são benignos ou não.
9 – Como identificar e diferenciar os cistos no ovário?
O primeiro passo é o exame de imagem, que via de regra é o ultrassom transvaginal. Através do ultrassom é possível que o médico avalie informações como tamanho, conteúdo e localização do cisto.
Boa parte dos cistos ovarianos são detectáveis através de exames de imagem. Geralmente o diagnóstico é simples, sem dor e com alto nível de precisão.
Apenas em uma pequena parcela dos casos pode não ser possível definir se o cisto é benigno ou não. Nesses casos o médico recomendará exames complementares ou até mesmo a biopsia para análise do cisto em laboratório.
10 – Como é feito o tratamento de cistos no ovário?
O tratamento dependerá de diversos fatores. Nas mulheres em idade fértil a maioria dos casos de cistos no ovário não demanda nenhum tratamento. O médico poderá solicitar apenas uma avaliação ultrassonográfica ao longo de 8 semanas como medida de acompanhamento e precaução.
Nos quadros de cisto em crescimento, com tamanho igual ou maior que 5 cm, o tratamento será baseado no resultado dos exames de imagem. Nos casos em que a mulher apresente dores e desconfortos a cirurgia poderá ser a melhor solução.
Já para as mulheres após a menopausa é recomendado um acompanhamento mais criterioso com a orientação de um médico e a realização de ultrassonografia transvaginal para um bom diagnóstico.
Em casos benignos a visita periódica ao médico será suficiente para saber se há ou não crescimento do cisto. Caso seja detectado um crescimento anormal ou apareçam sintomas ou complicações não podemos descartar mais uma vez a intervenção cirúrgica.
Mas lembre-se: somente com o devido acompanhamento médico é possível determinar qual a melhor abordagem de tratamento. Tanto em mulheres em idade fértil quanto em mulheres em pós-menopausa, a maioria dos cistos pode ser avaliada periodicamente apenas com exames de imagem, sem necessidade de qualquer tipo de cirurgia ou procedimento invasivo.
Conclusão
Neste artigo vimos o que são, como se desenvolvem e qual o impacto dos cistos ovarianos na vida das mulheres. Embora quase sempre inofensivos, os cistos de ovário podem causar sintomas sérios e prejudicar sua qualidade de vida.
A boa notícia é que o diagnóstico e o controle são eficientes. Graças aos avanços da tecnologia as mulheres hoje podem contar com métodos e exames de alta precisão, sem dor e com muita praticidade.
O segredo é combinar uma rotina de acompanhamento médico e exames de imagem periódicos. O auto cuidado e a atenção com a saúde nunca foram tão fáceis.
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