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Apendicite: causas, sintomas, tratamento e cirurgia

Hoje o tema do nosso texto é apendicite. Uma doença bastante conhecida, mas muitas vezes subestimada. Isso porque, se não tratada imediatamente, a apendicite pode complicar e eventualmente, evoluir ao óbito.

Nesse texto explicamos detalhadamente tudo o que você precisa saber sobre a apendicite, como causas da doença, sintomas, diagnóstico, tratamento e até desmistificamos a ideia de que o apêndice não tem função.

O que é o apêndice e onde fica

o que é o apêndice

 

O apêndice é um órgão bem pequeno, que mede entre 8 e 10 cm. Ele fica ligado à primeira parte do intestino grosso, chamado de ceco, próximo ao local onde os dois intestinos (delgado e grosso) se unem.

O apêndice tem o formato de uma pequena bolsinha, ou o dedo de uma luva, e termina em fundo cego. Ele fica na parte mais baixa do abdome, no lado direito.
Existem controvérsias sobre a sua função. Até recentemente, ele era considerado apenas um órgão vestigial do processo da evolução humana, no entanto, novos estudos sugerem outras perspectivas e possibilidades. Mas, vamos falar mais detalhadamente sobre isso no decorrer do texto.

O que é apendicite

apêndice inflamado

A apendicite nada mais é do que a inflamação do apêndice. Essa condição é mais comum em pessoas com idade entre os 20 e 30 anos, mas também pode acometer crianças, adolescentes e pessoas mais velhas.

Quando acontece em crianças pequenas, o diagnóstico acaba sendo mais difícil, já que as crianças muitas vezes têm dificuldade em descrever o que estão sentindo.

Causas da doença: o que provoca apendicite

Já sabemos que apendicite é a inflamação do apêndice. Mas, porque o apêndice inflama?

Existem muitas coisas que podem causar apendicite, e infelizmente isso é algo bastante imprevisível. Estima-se que 1 em cada 13 pessoas irão desenvolver apendicite em algum momento da vida.

Uma vez que o apêndice é um órgão linfóide (ou seja, relacionado ao sistema de defesa do organismo), o muco que ele mesmo produz pode acabar obstruindo a sua entrada. Alterações no organismo podem aumentar a produção de muco do apêndice, o que o levaria à obstrução.

Uma dieta pobre em fibras, baixo consumo de água, e até mesmo a ingestão de muitas sementes sem a devida mastigação, podem causar a obstrução do apêndice e uma possível inflamação.

Porém, a causa mais comum é o acúmulo de fezes no apêndice. Fezes menores e mais endurecidas podem entrar no órgão e obstruí-lo.

E o apêndice não tem a capacidade de se desinflamar. Portanto, uma vez inflamado, a inflamação tende a progredir até culminar na ruptura do órgão.

Sintomas: como saber se você está com apendicite

apendicite

 

O sintoma mais comum da apendicite é uma dor muito forte, no lado inferior direito do abdome, onde está localizado o apêndice. Mas existem alguns outros sintomas que você também pode observar:

  • Falta de apetite
  • Alteração do trânsito intestinal (constipação ou diarréia)
  • Febre
  • Náusea, vômito e apatia
  • Distensão abdominal
  • Mal estar geral

 

Se você sentir alguns desses sintomas, não os subestime. Apendicite é um quadro sério e precisa de intervenção médica de emergência.

Ela é uma condição que evolui rapidamente. Entre o aparecimento dos sintomas, até o possível rompimento do apêndice existe um intervalo de até 4 dias.

Então, lembre-se de procurar ajuda médica logo no primeiro dia do aparecimento dos sintomas, para reduzir a possibilidade de o quadro evoluir com complicações graves, como infecção generalizada.

Sintomas parecidos com apendicite, mas que não são

Existem algumas condições clínicas que possuem sintomas parecidos com os de apendicite, principalmente nas mulheres.

A endometriose é uma dessas doenças que apresentam sintomas semelhantes aos da apendicite. A Doença Inflamatória Pélvica Aguda (DIPA) e até mesmo a ovulação, que eventualmente gera dor em algumas mulheres, podem se manifestar com quadro clínico semelhante ao da apendicite, causando incerteza no diagnóstico.

Outra doença com sintomas parecidos é a diverticulite, que corresponde a inflamação de divertículos no intestino grosso. Essa condição também provoca dor e distensão abdominal.

Porque o apêndice rompe e o que acontece se ele romper

O rompimento do apêndice está ligado diretamente às causas da doença e à evolução da inflamação.

Após a obstrução do apêndice e o desencadeamento do processo inflamatório, com o decorrer do tempo, o apêndice fica cada vez mais edemaciado e preenchido por muco, o qual é produzido pelo próprio órgão, tornando a sua pressão interna mais elevada e sua parede mais frágil, favorecendo a ruptura. Por isso, é fundamental a avaliação médica precoce.

Quando o apêndice rompe, temos um quadro chamado de apendicite aguda complicada, ou apendicite supurada, com agravamento dos sintomas, sobretudo dor abdominal.

Quando o apêndice rompe, há o risco de que o paciente desenvolva peritonite, que é a inflamação da mucosa que reveste toda a cavidade abdominal. E isso acontece porque ao romper, o apêndice libera o material infeccioso que estava contido dentro dele.

Além disso, essa inflamação que se espalha pela cavidade abdominal pode entrar na corrente sanguínea, e o risco de infecção generalizada (sepse) é muito grande. Por isso é tão importante procurar ajuda médica o quanto antes.

Como é feito o diagnóstico de apendicite

Os sintomas são o principal indicativo do quadro do paciente, já que são bastante característicos.

Mas, como vimos nos tópicos anteriores, existem algumas condições clínicas que apresentam sintomas semelhantes e podem confundir e dificultar o diagnóstico médico.

O médico que recebe no seu consultório um paciente com suspeita de apendicite, faz a coleta das informações relatadas pelo paciente e procede ao exame físico, com especial atenção à palpação abdominal. Para auxiliar no diagnóstico e confirmar a sua suspeita clínica, ele pode solicitar exames de sangue e de imagem.

Hemograma (exame de sangue)

O hemograma pode indicar a possibilidade de apendicite quando o resultado mostrar um aumento do número de glóbulos brancos, que são as chamadas células de defesa. Esse aumento é indicativo de que existe uma infecção no corpo.

Exames de imagem – ultrassonografia

E para fechar um diagnóstico mais preciso, o médico pode solicitar algum exame de imagem, como a ultrassonografia. Esse exame permite a visualização do apêndice inflamado na grande maioria dos casos.

ultrassom de apendicite

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Como é feito o tratamento de apendicite

Diante de um caso de suspeita de apendicite, o médico pode iniciar um tratamento com antibióticos, mas, o único tratamento 100% eficaz até o momento é a cirurgia.

Essa cirurgia chama-se apendicectomia, caracterizada pela retirada total do apêndice. Em geral, a apendicectomia é um procedimento rápido e seguro, mas nos casos em que houve o rompimento do apêndice, ela pode ser mais complicada.

A cirurgia pode ser feita de duas maneiras: por laparoscopia ou laparotomia.

Na cirurgia convencional (laparotomia) é feito um corte maior no abdome, para que os cirurgiões possam trabalhar e remover o órgão inflamado.

Já na laparoscopia são feitos apenas três pequenos cortes, que são milimétricos. Num desses cortes é inserida uma câmera de fibra óptica que permite a visualização interna de toda a cavidade abdominal. E os outros dois cortes servem para a inserção dos instrumentos de remoção do apêndice inflamado.

O pós-operatório depende da técnica cirúrgica adotada e do estágio de inflamação do apêndice no momento cirúrgico. Cirurgias por laparoscopia costumam ter uma recuperação mais rápida e tranquila.

cirurgia de apendicite
Existe prevenção para a apendicite?

Infelizmente não existe nenhum método cientificamente comprovado que possa prevenir a apendicite. Mas, como trata-se de uma doença relacionada ao funcionamento do intestino, algumas ações podem ajudar.

Uma dieta rica em fibras, com frutas e verduras, favorece a formação de um bolo fecal bem formado e unido, diminuindo a possibilidade de fragmentação do mesmo e possível alojamento na entrada do apêndice.

E como já sabemos, um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e prática de atividades físicas, trazem benefícios para a saúde física e mental.

Polêmica: é verdade que o apêndice não serve para nada?

Eu tenho certeza de que você já ouviu a seguinte frase: “o apêndice não serve para nada, só para inflamar mesmo”.

Já se acreditou que o apêndice fosse mesmo um órgão vestigial, como falamos lá no começo do texto, mas hoje sabe-se que este órgão exerce uma função no organismo. Vamos entender mais sobre isso agora.

Existe uma teoria evolucionista que diz que o apêndice não possui função nenhuma no corpo humano, e por isso mesmo o chama de órgão vestigial,por tratar-se de um vestígio da evolução.

Ela sugere que, para os nossos ancestrais, o apêndice tinha a função de auxiliar no processo digestivo de partes mais duras das plantas consumidas, como cascas e raízes.

Porém, com a evolução humana e alteração dos hábitos alimentares, o apêndice gradativamente foi perdendo função e se tornando cada vez menos, segundo essa teoria.

Mas hoje, com a evolução da ciência e do maior número de pesquisas, acredita-se que isso possa não ser verdade.

Como a Dra. Vanessa Prado, especialista em cirurgia do aparelho digestivo, explica no podcast Porque Dói, do Dr, Dráuzio Varella, sabe-se que o apêndice tem algumas funções no corpo, mas ele não é um órgão essencial, ou seja, o ser humano pode viver tranquilamente sem o apêndice.

De acordo com a ela, o apêndice é um órgão linfóide, ou seja, produtor de linfa, auxiliando ainda no sistema imunológico, com a produção de anticorpos.

Ainda no podcast, a Dra. Vanessa fala sobre a função digestiva do órgão, que naturalmente é colonizado por bactérias, auxiliando na digestão, inclusive em casos de diarreia e constipação.

Ou seja, o apêndice não é um órgão inútil, tendo seu papel no organismo, embora não seja essencial, uma vez que sua função pode ser suprida por outros órgãos.

 

Conclusão: não subestime os sintomas de apendicite

Como vimos ao longo do texto, a apendicite tem sintomas bastante evidentes, e a demora em procurar atendimento médico pode agravar o caso e levar o paciente a óbito.

De acordo com o portal Datasus, do Ministério da Saúde, citado no site da Veja Saúde, em meio à pandemia de Covid-19 o número de brasileiros que morreram de apendicite aguda aumentou em 14,2% em 2020, em comparação ao ano de 2019. Foram 879 óbitos em 2020, e 770 no ano anterior.

Por isso é sempre muito importante lembrar: ao sentir qualquer um dos sintomas apresentados nesse texto, procure um pronto atendimento médico imediatamente.

A evolução da apendicite é muito rápida, podendo culminar na ruptura do apêndice num prazo de até 72h, causando infecção generalizada.

A cirurgia (apendicectomia) é o único tratamento eficaz contra a apendicite aguda. E como sabemos que o apêndice não é um órgão essencial, não há razão para temer a retirada do órgão.

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